Para alertar sobre o câncer ocular, nesta quarta-feira, 18, é celebrado o Dia Nacional de Conscientização e Incentivo ao Diagnóstico Precoce do Retinoblastoma
Um câncer ocular raro, mas de crescimento rápido. O retinoblastoma é um tumor maligno raro originário das células da retina, parte do olho responsável pela visão, que afeta um ou ambos os olhos. Com o intuito de alertar a sociedade sobre a importância da detecção precoce da doença, fator indispensável para garantir bons resultados no tratamento, nesta quarta-feira, 18, é celebrado o Dia Nacional de Conscientização e Incentivo ao Diagnóstico Precoce do Retinoblastoma.
No mundo, a incidência de retinoblastoma corresponde a 2% a 4% das neoplasias que ocorrem em crianças de 0 a 14 anos. No Brasil, representa cerca de 4% dos cânceres infantis, segundo o Ministério da Saúde, sendo o tumor ocular mais comum nesta faixa etária, com uma média de 400 casos por ano. A oftalmologista do Hospital de Olhos Vitória (HOV), Isabel Gazele, explica que o retinoblastoma pode estar presente desde o nascimento, se manifestando até aos cinco anos de idade. “O retinoblastoma é uma mutação em um gene supressor, o RB1, sendo 40% hereditária e 60% esporádico. Ele tem origem na retina, sendo que as crianças que herdam a mutação, que está presente em todas as células do corpo humano, têm mais chances de desenvolver esse problema. Esses tumores podem ser agressivos e o diagnóstico precoce é essencial para aumentar as chances de sucesso no tratamento”.
De acordo com a médica, se detectado em estágio inicial, o câncer é curável e o paciente tem grandes chances de preservar a visão. Entre os sintomas estão estrabismo, sensibilidade exagerada à luz, deformação do globo ocular, dor nos olhos, inflamações, conjuntivites, visão prejudica e a reflexo esbranquiçado na pupila. “O sinal mais comum da doença é o reflexo ocular branco, chamado de “olho do gato”, que normalmente é notado sob luz artificial, quando a pupila está dilatada, ou em fotos, quando o flash bate sobre os olhos. Também é comum a criança só enxergar o que está a sua frente e não o que está ao lado. Esses são sinais de alerta para procurar ajuda médica”, enfatiza Isabel.
O câncer no olho pode levar à perda de visão, dor ocular, percepção de manchas no campo visual ou o surgimento de alguma lesão mais elevada na superfície do olho que cresce de maneira mais rápida. A taxa de cura para esse tipo de câncer é superior a 95%, com grandes chances de preservar a visão, desde que detectado de forma precoce. O tratamento pode envolver quimioterapia, radioterapia e até tratamento oftalmológico a laser. Em alguns casos mais graves, é preciso recorrer à retirada cirúrgica do globo ocular. A definição irá depender da gravidade, do tamanho do tumor e da área afetada.
O retinoblastoma pode ser diagnostico ainda na maternidade, por meio do Teste de Olhinho, ou nos exames de rotina com o oftalmologista nos primeiros anos de vida, por meio do Teste do Reflexo Vermelho. “Em geral, esse tipo de câncer é assintomático e a única forma de diagnosticar precocemente é por meio das consultas periódicas. O levantamento do histórico familiar, o exame de fundo do olho e o ultrassom são elementos importantes para confirmar a condição na criança”, pontua a oftalmologista do HOV.